quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Tira-mofo

Sou fã do diretor Wes Anderson, porque ele sabe fazer uma coisa não tão simples assim: filmes que têm profundidade sem ser carregados, com várias pitadas de ironia e clima nonsense na medida. Viagem a Darjeeling, sua produção mais recente, tem ainda por cima figurino assinado por Marc Jacobs (não gostei de tudo, mas adorei o terno cinza do Adrien Brody usado com camisa branca e um colar de flores vermelhas) e as cores fortes da Índia. Não sou exatamente mística (pelo menos, acho que não...), mas adoro esse negócio de viagem de reencontro com "seu eu"... Os três irmãos a bordo de um trem estão em busca da mãe, de um acerto de contas com o passado e com eles mesmos. Não fosse a mão do diretor, tudo poderia não passar de uma pieguice só. Mas o filme faz a gente refletir e rir de tudo com leveza, ufa! Saí do cinema bem feliz.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Para um dia de sol

Eu não sei desenhar, mas o francês François Avril sabe (e muito bem). Eu esqueci da vida navegando no site dele (http://www.pagesperso-orange.fr/). Gosto do "traço alongado", as pessoas são todas compridas, finas... Não, não é complexo de anã...

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Sem título 3

Não quero receber o mundo como quem já viu tudo.
Estou à procura de um livro que mexa com os meus sentidos...
Aceito sugestões.

domingo, 4 de novembro de 2007

Fazer bem aos olhos

Pouco sei sobre Egon Schiele, artista austríaco ligado ao movimento expressionista, mas ele sim é capaz de não me deixar lembrar que amanhã terei de passar no supermercado...

Contando carneirinhos

Não gosto quando um espetáculo, filme, livro, show ou até mesmo um disco me dão espaço pra pensar nas contas que terei que pagar na próxima semana, nos livros que ainda não li ou na morte da bezerra...
Les Sacres du Printemps, coreografia criada e interpretada pelo francês Xavier Le Roy, me permitiu pensar nisso e em como é difícil pôr em prática uma boa idéia. Eu já tinha ouvido falar neste coreógrafo, mas nunca tive a chance de ver nenhuma obra dele. Quando soube que ele ia se apresentar no Sesc Anchieta, fiquei animada: "Acho que vem coisa boa!"
Bem, ele trabalhou com o clássico de Stravinsky (A Sagração da Primavera) e considerou a movimentação do regente uma coreografia. Uau! Não é interessante? Seria, se ele não tivesse permanecido 45 minutos IMITANDO um maestro, sendo que nós, a platéia, éramos os músicos regidos por ele. Um amigo disse algo muito pertinente, concluindo que o que o cara fez foi levar para o palco aqueles momentos íntimos (e ridículos) que jamais dividimos com ninguém, como por exemplo espremer uma espinha amarela que insiste em não nos deixar em paz. A "coreografia" seria então a expressão do desconforto de estarmos diante do espelho, ou o próprio desconforto. Olha, eu tenho certeza de que isso não exclui o fato de eu ter visto um espetáculo muito ruim, em que nem o conceito segurou a onda.